http://www.ffomc.org/cursos/2011/08/11_08_17_cuidados_paliativos |
O câncer consiste em
uma doença caracterizada pelo desenvolvimento de sintomas, que além de
medo, causam inúmeros desconfortos e limitações. Sintomas decorrentes do processo natural da doença, como também dos
tratamentos medicamentoso, radio ou quimioterápico¹. Dentre estes, estão
agitação psicomotora e confusão mental, alterações da mucosa bucal, anorexia,
constipação intestinal, depressão, dispneia, distúrbios do sono, edema e
linfedema, fadiga, náuseas, vômitos, dor, que dessa forma afetam o dia a dia dos
pacientes². É nessa conjuntura que surgem os cuidados paliativos, como
alternativa para o alívio e/ou prevenção dos sintomas, sobretudo da dor, garantir a melhoria da qualidade de vida, ainda que diante da
impossibilidade de cura.
A atuação da equipe multidisciplinar é fundamental na recuperação e devolução da autonomia do paciente em seus últimos dias de vida³.
A participação coletiva representa a aplicação do saber de cada profissional tendo em vista a situação de saúde de um paciente, que ainda tendo pouco tempo,
pode enquanto humano, também morrer de forma digna.
“O movimento de cuidados paliativos trouxe de volta, no século XX, a possibilidade de reumanização do morrer, opondo-se à ideia da morte como o inimigo a ser combatido a todo o custo; ou seja, a morte volta a ser vista como parte do processo de vida, e no adoecimento, os tratamentos devem visar à qualidade dessa vida e ao bem-estar da pessoa, mesmo quando a cura não é possível” (Borges, Silva, Toniollo, Mazer, Vale e Santos, apud Kovács, 2003; Torres, 2003)4.
O fisioterapeuta tem papel de
fundamental no processo de cuidado na fase terminal. Assim, é através
de técnicas e recursos que a fisioterapia entra no contexto de vida e doença e do cidadão, para amenizar os sofrimentos
decorrentes da sua condição. Por cada paciente possuir características clínicas peculiares, as estratégias de
tratamento paliativas devem se ajustar à manifestação da doença e de seus
respectivos sintomas. Assim, como importantes recursos e técnicas fisioterapêuticas,
estão:
http://labedbaiana.blogspot.com.br/2012/07/eletroterapia.html |
- A eletroterapia,
em que o TENS, (estimulação elétrica nervosa transcutânea), é utilizado de
maneira mais cuidadosa, produzindo efeito analgésico,
quando a corrente elétrica estimula fibras sensoriais específicas acompanhada
pela ativação de interneurônios inibitórios da medula espinal, com a
melhoria da circulação sanguínea, manutenção do trofismo muscular, etc4.
http://www.renatahermes.com.br/servicos/saude/massoterapia/ |
- A massoterapia, atua não apenas na redução da dor, como também diminuição do stress,
da ansiedade, dentre outros, onde as manobras manuais
exercidas sobre os tecidos produzem alívio e bem estar, através do relaxamento
muscular.
http://www.fisioterapiaesteticasantos.com.br/
- A cinesioterapia tem efeitos importantes quando se pensa na redução da mobilidade de muitos destes pacientes. Permite a melhoria da flexibilidade e da força muscular, da amplitude articular, através da prática de exercícios físicos.
http://tudoefisio.wordpress.com/2010/10/30 /meios-fisicos-em-reabilitacao-termoterapia/ |
- A termoterapia também é indicada para promover relaxamento muscular e diminuição de espasmos. Mas devem ser considerados os cuidados necessários, onde não é permitido a aplicação desses recursos sobre regiões do tumor, para evitar riscos que podem prejudicar o quadro clínico do paciente 5.
http://guiascuritiba.com.br/cursos/tecnico-em-oncologia/ |
A relação fisioterapeuta-paciente também é fundamental no processo de tratamento, em que a construção de um vínculo baseado na confiança favorece no cuidado. O paciente deve ser concebido do ponto de vista social, psicológico e espiritual, em que o cuidado não se restringe apenas à doença em si, a fim de permitir que os benefícios psicológicos favoreçam a recuperação física do mesmo 6 .
Dessa forma, os diversos recursos que a fisioterapia oferece, buscam mudanças positivas no quadro clínico, para que seja possível a redução do período de hospitalização, o retorno da capacidade funcional, o aumento da independência e a maior proximidade com a família, de maneira que a qualidade de vida do paciente possa ser assegurada nos seus momentos finais.
Referências:
- Muller, Alice Mânica; Scortegagna, Daiane; Moussalle, Luciane Dalcanale. Paciente Oncológico em Fase Terminal:
Percepção e Abordagem do Fisioterapeuta, 2011.
- Coradazzi; Oliveira. Controle
de sintomas em pacientes oncológicos: eterno desafio, 2010.
- Muller; Scortegagna; Moussalle. Paciente
Oncológico em Fase Terminal: Percepção e Abordagem do Fisioterapeuta, 2011
- Borges, Alini Daniéli Viana
Sabino; Ferreira da Silva, Elisângela; Bighetti Toniollo,
Patrícia; Maria Mazer,
Sheila; Ranier Martins do Valle, Elizabeth; dos Santos, Manoel
Antônio. Percepção da morte
pelo paciente oncológico ao longo do desenvolvimento, 2006, apud,
Torres, W. C. A bioética e a psicologia da saúde: reflexões
sobre a questões de vida e morte, 2003.
- Sampaio, Luciana Ribeiro;
Moura, Luciana Vitor de; Resende, Marcos Antônio. Recursos fisioterapêuticos no
controle da dor oncológica: revisão da literatura.
- Muller, Alice Mânica; Scortegagna, Daiane; Moussalle, Luciane Dalcanale. Paciente Oncológico em Fase Terminal: Percepção e Abordagem do Fisioterapeuta, 2011.
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